Esta postagem é baseada na vídeo-aula ministrada pelo Prof. Ulisses Araújo (USP), para o curso de pós-graduação semi-presencial "Ética, valores e cidadania na escola" (EVC). As informações do vídeo utilizam como referência a obra do antropólogo e filósofo francês Edgar Morin.
Considerando que, apesar de estarmos em pleno século das novas tecnologias, diversidades e concepções da realidade (virtual ou natural), ainda existe a prática de buscar o conhecimento com o que Edgar Morin descreveu como o pensamento simplificador, baseado nos pensadores considerados modernos. Vale lembrar que o termo "moderno" refere-se ao recorte histórico do qual participa, por exemplo, o filósofo Descartes (século XVII). Apesar de geralmente o termo ser usado para o que é atual, para a História ainda se refere à posterioridade das viagens de Colombo ou da queda de Constantinopla.
Considerando que, apesar de estarmos em pleno século das novas tecnologias, diversidades e concepções da realidade (virtual ou natural), ainda existe a prática de buscar o conhecimento com o que Edgar Morin descreveu como o pensamento simplificador, baseado nos pensadores considerados modernos. Vale lembrar que o termo "moderno" refere-se ao recorte histórico do qual participa, por exemplo, o filósofo Descartes (século XVII). Apesar de geralmente o termo ser usado para o que é atual, para a História ainda se refere à posterioridade das viagens de Colombo ou da queda de Constantinopla.
É mais adequado utilizar-se o "contemporâneo" para definir os tempos atuais (apesar do recorte também referir-se à Revolução Francesa) mas, ainda nesses tempos considerados atuais continuamos modernos quando, por exemplo, buscamos conhecimento através da disjunção, separando-o em disciplinas ou áreas específicas, como se cada engrenagem do relógio ou cada músculo do nosso corpo funcionasse de maneira independente, sem considerar o todo. Da mesma forma, ainda segue-se o pensamento simplificador moderno quando se considera o funcionamento de uma dessas partes para explicar o todo, fazendo a redução do complexo ao simples; e dessa maneira cometem-se erros também no ambiente escolar, quando os conflitos do cotidiano levam a explicações simples para problemas complexos que, momentaneamente, geram uma solução efêmera, senão posteriormente agravante do problema. Finalmente, numa tentativa de corrigir o pensamento simples, a abstração pode formalizar o conhecimento, quando se juntam todas as engrenagens ou o corpo humano começa a correr de forma a movimentar boa parte da musculatura: as partes se agregam de forma compreensível para a geração do conhecimento.
Fonte: blog "Os muros da escola" |
Entretanto, esta última não é o suficiente para superar-se o pensamento simplificador. Para deixarmos de ser modernos e aproximarmo-nos mais do contemporâneo, Morin pode nos ajudar quando se refere a outras formas de construir, aprimorar e chegar ao conhecimento. Uma delas seria a transdisciplinaridade, que pode ser perfeitamente explicada através do exemplo dos atuais Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN's) do Ministério da Educação, quando sugerem os "Temas Transversais" que ultrapassam a própria articulação entre as disciplinas e, muitas vezes, considerados como fontes de novas disciplinas (apesar de não existir essa necessidade).
Ainda nos referencias pedagógicos, encontramos muitas sugestões de projetos que envolvam várias áreas do conhecimento. Porém, ao colocá-los em prática, deve-se tomar cuidado para não executar de forma equivocada a multidisciplinaridade, a qual busca conhecimentos diversos para analisar um fenômeno, mas muitas vezes é executada sem diálogo entre as disciplinas envolvidas, o que pode ser superado através da interdisciplinaridade e, dessa forma, utilizar conhecimentos já construídos para explicar os fenômenos e, com o diálogo entre as áreas, constituir novos e atualizados conhecimentos de forma crítica e esclarecedora.
Eduardo Carvalho
Pólo de Praia Grande
Eduardo Carvalho
Pólo de Praia Grande