quinta-feira, 21 de maio de 2009

Jogos africanos - Yoté

O Yoté é o primeiro de uma série de jogos africanos que publicarei, aos poucos, em posts deste blog. A seguir, informações sobre o jogo e suas regras. Dicas sobre como aplicá-lo em sala de aula podem ser encontradas na postagem Jogos Africanos.

YOTÉ

Este jogo, muito popular em toda a região oeste da África (particularmente no Senegal), é uma das melhores escolhas para a introdução do educando à cultura africana e, ao mesmo tempo, convidá-lo a desenvolver seu raciocínio e sentido de observação.
Em alguns países africanos, os jogos de estratégia, como o Yoté, estão muito ligados às tradições. As táticas de jogo são verdadeiros segredos de família, passados de geração em geração; as crianças são iniciadas ao conhecimento do jogo quando estas se mostram aptas ao raciocínio estratégico. Entre alguns povos, este jogo é reservado exclusivamente aos homens, e às vezes, é usado para resolver conflitos entre eles. Outro motivo que faz o Yoté popular, principalmente no Senegal, é o fato de que os jogadores e os espectadores fazem apostas baseadas neste jogo.
Em muitos grupos infantis, as crianças costumam traçar o tabuleiro na areia, utilizando como peças pequenos cocos, sementes, pedras ou qualquer outro recurso facilmente conseguido.
Classificado entre “os melhores jogos da infância” pelo Comitê Internacional da UNICEF, este jogo desenvolve muito a sagacidade e o sentido de observação. Com uma estrutura e regras totalmente baseados em estratégia, o Yoté incentiva o educando ao raciocínio, desde o posicionamento da primeira peça até a percepção de que se ganhou ou perdeu a partida. Vale ainda destacar a semelhança das regras do Yoté com o jogo de Damas, muito popular entre os brasileiros.

Regras do Yoté
  • É um jogo de confronto estratégico para 2 jogadores.
  • Usa-se um tabuleiro de 30 casas com 24 peças, 12 de cada cor ou tonalidade.
Objetivo: Capturar ou bloquear todas as peças do adversário.
Início da partida
  • Cada jogador escolhe uma cor e coloca sua reserva de peças fora do tabuleiro.
  • Os jogadores determinam quem começa.
  • Cada jogador, na sua vez, pode colocar uma peça em uma casa vazia da sua escolha, ou mover uma peça já colocada no tabuleiro.
Movimentos: As peças se movimentam de uma casa em direção a uma casa vazia ao lado, no sentido horizontal ou vertical, mas nunca na diagonal.
Captura
  • A captura ocorre quando uma peça pula por cima da peça do adversário, como no jogo de Damas. A peça que captura deve sair da casa adjacente à peça capturada e chegar, em linha reta, na outra casa adjacente que deve se encontrar vazia.
  • Além de retirar a peça capturada, o jogador retira mais uma peça do adversário de sua livre escolha. Assim, para cada captura, o jogador exclui um total de duas peças do adversário.
  • A captura não é obrigatória.
  • Caso um jogador sofra captura de uma peça e não possua outras sobre o tabuleiro, seu adversário não poderá reivindicar a outra peça a qual teria direito.
Captura múltipla
  • Um jogador pode capturar várias peças do adversário com a mesma peça, até que não haja mais condições de pular.
  • Durante a captura múltipla é obrigatório, depois de cada captura, retirar a segunda peça antes de prosseguir com outras capturas.
  • É permitido retirar uma peça que lhe dê condição de continuar capturando outras peças.
Final do jogo
  • O jogo termina quando um dos jogadores ficar sem peças ou com as peças bloqueadas.
  • Quando os jogadores concordam que não há mais nenhuma captura possível, vence aquele que capturou mais peças.
  • Se ambos os jogadores ficarem com 3 ou menos peças no tabuleiro, e não seja mais possível efetuar capturas, o jogo termina empatado.
Algumas informações e ilustrações foram retiradas do site da empresa Ludens Spirit. Faça aqui o download das regras ilustradas deste jogo em formato PDF.
A postagem abaixo contém dicas sobre como aplicar este e outros jogos africanos em sala de aula.

Jogos Africanos em sala de aula

Em acordo com as Leis nº. 10.639/03 e 11.645/08, publico esta postagem com orientaçõe sobre como aplicar jogos africanos em sala de aula, que podem ser utilizados num projeto de ensino-aprendizagem de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Em minha experiência profissional, apresentei os jogos à 8ª série nas aulas de Ensino Religioso mas, como os jogos são muito instigantes, podem ser aplicados em todos os ciclos da Educação Básica, nas disciplinas correspondentes às leis citadas.

Através dos marcadores africanidades e jogos africanos, tem-se acesso às publicações dos diversos jogos de origem africana postados neste blog.

Esses jogos, oriundos de uma cultura aparentemente desconhecida pelos educandos, tornam-a interessante por incitar ao raciocínio. As informações sobre história, origem e regras destes jogos já alcançam o objetivo de apresentar aos alunos algo da cultura africana. Porém, neste projeto pôde-se ir além: ao final dos trabalhos, os educandos desenvolvem outros conhecimentos, como a geografia da África, seus diversos países, bandeiras e até mesmo sobre a arte e a fauna específicas do continente africano. A seguir, serão fornecidas informações sobre como foi possível conseguir estes resultados:


1ª fase: apresentação dos jogos aos educandos
Esta primeira etapa é o momento em que se deve despertar a curiosidade dos educandos para os jogos. São apresentados os textos que explanam sobre as semânticas culturais dos jogos, o mapa da África e a localização dos países em que são populares.
Aqui é muito importante ter em mãos cada um dos jogos prontos, e simular partidas em que as regras são explicadas rapidamente, deixando uma lacuna que a curiosidades dos alunos se preocupará em preencher.

2ª fase: distribuição da turma em grupos de acordo com os jogos escolhidos e material
Neste momento, os educandos são convidados a confeccionar seus próprios jogos. De acordo com cada realidade das unidades escolares, a turma é dividida em grupos que escolherão um dos jogos para serem produzidos de forma artesanal.
Com relação ao material a ser utilizado, não há limites nem restrições. Na África, as crianças que não têm o tabuleiro resolvem o problema desenhando-o na areia, assim como as crianças brasileiras utilizam meias ou garrafas de plástico como bola e chinelos ou pedras como gol. Dessa forma, qualquer material que permita a produção dos tabuleiros e das peças pode ser utilizado.
Em minhas experiências, o tabuleiro foi confeccionado com cartolina, caneta esferográfica ou hidrocor, lápis de cor e régua. As peças ficaram a critério da imaginação de cada grupo de alunos: botões de roupa, tampinhas de garrafa, papelão...

3ª fase: decoração do jogo
Necessariamente, foi solicitado aos grupos que seu trabalho contivesse: nome do jogo, tabuleiro e identificação dos educandos, turma e professor. Porém, a decoração foi feita de forma autônoma pelos alunos, devidamente orientados.
Ficou a cargo do educador fornecer informações acerca da cultura, arte e geografia africanas. Foram disponibilizados Atlas geográficos, imagens sobre África e, de forma mais saliente, materiais sobre máscaras – uma das principais expressões culturais africanas. As atividades foram realizadas durante as aulas de História e de Ensino Religioso, mas com este material pode-se chegar a trabalhos relacionados às disciplinas de Geografia e de Artes.
O resultado de todo este trabalho foram jogos que vão muito além de uma divertida partida. Foram confeccionados tabuleiros decorados com bandeiras, mapas, informações geográficas, imagens sobre o tema e – o que mais chamou a atenção dos educandos – reproduções de máscaras africanas.

4ª fase: finalização dos trabalhos e conhecimento das regras para se jogar
Neste momento, resta apenas aos educandos conseguirem as peças. Como todo jogo de estratégias, só se aprende jogando. Com o tabuleiro pronto, a cartolina repleta de cultura africana e as peças disponibilizadas, chega-se à etapa mais esperada: jogar.
O educador então orienta cada grupo acerca dos movimentos e regras do jogo. Nesta etapa, percebeu-se um grande envolvimento por parte dos educandos, talvez por dois motivos: a diversão que todo jogo proporciona e, principalmente, o fato de estarem utilizando um jogo que é o resultado de seu próprio trabalho.

Acredito que nunca uma lei foi cumprida de forma tão divertida!

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sábado, 16 de maio de 2009

Primeira transmissão de rádio da História - a evolução do som

Há dois dias atrás, publiquei uma postagem sobre a criação do Estado de Israel, devido a coincidência com o dia 14. Entretanto, um fato a ser lembrado - que para mim é de extrema importância e curiosidade - é que o 14 de maio também é o dia em que, oficialmente, foi realizada a primeira experiência de transmissão de rádio da História, em 1897 pelo cientista italiano Guglielmo Marconi. Assim, revisitando a data do post anterior, escrevo sobre esse importante evento nas telecomunicações.
O assunto me interessa muito, pois, amante da música que sou, considero este o primeiro passo para a democratização do acesso à esse tipo de arte. Claro, a música - assim como as outras artes - é naturalmente democrática, considerando-se que o ser humano utiliza-se de suas capacidades físicas e mentais para produzir e sentir a música. Entretanto, o que eu quero dizer com democratizar diz respeito a seu acesso, antes apenas local, e a partir daí irrestrito a qualquer parte do mundo. Graças ao rádio, pessoas podem ouvir músicas - de seu gosto ou não - em qualquer lugar e, principalmente, produzida e reproduzida de qualquer parte! Como se não bastasse podermos ouvir rádios de outros países e estados, com a internet e outras tecnologias atuais, podemos ter acesso a radiodifusões internacionais.

Introdução feita, volto ao destaque que fiz acima sobre o fato de Marconi ser oficialmente o inventor da radiodifusão pois, contemporaneamente a ele, um padre brasileiro fazia experimentos com o mesmo objetivo em nosso território e, não obstante, conseguiu resultados antes de Marconi.
Este é um debate semelhante ao caso da invenção do avião, disputada entre o brasileiro Alberto Santos-Dumont e os irmãos norte-americanos Wilbur e Orville Wright. Entretanto, atribuir a paternidade da radiodifusão ao padre brasileiro é algo pouco explorado na História da ciência.
De qualquer forma, temos autores que defendem que o padre Roberto Landell de Moura foi o primeiro a realizar experimentos de transmissão da voz humana através de aparelhos não conectados por fios. Entre os anos de 1893 e 1894 apresentou três aparelhos ao público: um transmissor de ondas, um telégrafo sem fios e um telefone sem fios. Dentre suas experiências públicas, a mais célebre foi a realizada do alto da Avenida Paulista ao Alto de Sant'Ana, numa distância de oito quilômetros.
Por não encontrar apoio oficial e institucional para suas experiências, padre Landell só pôde patentear seus inventos tardiamente, a partir do ano 1900. Mesmo assim, esta patente do padre-cientista brasileiro dizia respeito a um aparelho capaz de transmitir voz humana (radiofonia), sendo que o italiano Marconi, até então, só havia se dedicado à radiotelegrafia.

Debates sobre a paternidade da radiodifusão à parte, volto à questão da democratização do acesso a diferentes tipo de música referindo-me aos tempos atuais, em que o acesso à música parece ser quase totalmente irrestrito, graças à tecnologia do MP3. Este formato digital de música, desenvolvido em 1991 não foi o primeiro do gênero: sua praticidade encontra-se na compactação dos arquivos de música, antes com tamanho relativamente grande para os dispositivos de armazenamento da época. Servindo inicialmente para se ouvir e transportar músicas somente pelo computador, hoje existem mídias e aparelhos que armazenam e reproduzem esses arquivos de maneira fácil, rápida e, principalmente, portátil. Há inclusive como ouvir músicas digitais armazenadas em servidores de qualquer lugar do mundo, através do conceito de rádio on-line.
Considerando-se que até o século retrasado as pessoas só poderiam ouvir suas músicas preferidas - as que tinham acesso - ao vivo ou comprando apenas suas partituras, o avanço foi muito considerável, afetando a sociedade em diversos níveis: comportamental, comercial, industrial... até o ponto em que num passeio qualquer pelas ruas encontramos inúmeras pessoas curtindo suas milhares de músicas armazenadas em seus players portáteis equipados com fones de ouvido - e, nesse ponto, cabe questionar se, com tantas músicas, pode-se realmente aproveitá-las em sua essência.

Contudo, como esse é um blog educacional, contribuo deixando essa linha do tempo que projetei e chamei de A evolução do som, no que diz respeito aos equipamentos e tecnologias que armazenam e reproduzem músicas. (Clickando nela, pode-se visualizá-la num tamanho maior).
Nesta linha, considerei o registro das primeiras experiências de cada tecnologia, observando, por exemplo, a data do rádio, já explicada acima. Eu usei este gráfico com a 5ª série do Ensino Fundamental e com o 3º ano do Ensino Médio, dada a extensão de sua funcionalidade, pois este é um assunto muito curioso para nossos alunos, muitos deles já nascidos na era do CD ou até mesmo do MP3.
Suas aplicação são das mais diversas: pode-se, por exemplo, trabalhar o conceito de cronologia, apresentando as datas numa ordem misturada e solicitar aos alunos que as organizem; pode-se perguntar aos alunos quais aparelhos conhecem e quais deles foram inventados antes ou depois de sua data de nascimento; outra aplicação seria discutir como a evolução dos aparelhos sonoros afetou o comportamento das pessoas no ato de adquirir e ouvir música, de forma coletiva ou individual.
Conta-se que o engenheiro criador do walkman teve essa ideia ao ver um homem nas ruas carregando um enorme rádio toca-fitas estéreo conectado a fone de ouvidos, buscando escutar suas músicas sem incomodar outras pessoas. Assim, a invenção de um toca-fitas portátil foi de grande influência comportamental. Entretanto, atualmente, apesar de toda a portabilidade existente, muitos adolescentes criaram o costume de ouvir músicas através dos pequenos alto falantes externos dos celulares, abrindo mão da qualidade sonora para expor seu gosto musical a quem estiver próximo - goste do estilo da música ou não.

De qualquer forma, comportamento é algo que está em constante transformação e, dessa forma, termino minha homenagem a Marconi e Landell, os primeiros a se preocuparem com a comunicação a longa distância sem necessitar de fios e, assim, aproximando as pessoas e ajudando a democratizar o acesso a músicas de diferentes estilos e partes do mundo.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A criação do Estado de Israel

14 de maio de 1948. Há 61 anos, foi criado o único estado judeu existente no mundo. A data de hoje é oportuna para discorrer sobre um conflito que frequentemente é visto na mídia mas, diferentemente da maioria das informações oriundas desta fonte, é apresentada de maneira confusa e passível de críticas.
Valendo-se do debate sobre abordagens políticas do tema (entre outras discussões), este é um assunto muito interessante para ser aplicado nas aulas de História, Geografia e, dentro da realidade da rede de ensino, na aula semanal de Ensino Religioso.

A Declaração de Independência do Estado de Israel foi escrita na madrugada do dia 13 para o dia 14, por David Ben-Gurion (líder do povo israelense), numa ocasião em que o novo país poderia tornar-se real, ou ser destruído. Na vizinha Jordânia, o rei Abdullah encabeça uma aliança de cinco países árabes determinados a impedir o nascimento de Israel. O Império Britânico, que havia feito o papel de pacificador nos últimos 30 anos, no dia 15 deste mesmo mês colocaria fim no Mandato Britânico na Palestina. Além disso, Ben-Gurion desafiava a ONU, que tinha seus próprios planos para a região. Entretanto, com o apoio do presidente norte-americano Truman, Israel podia ter uma chance de sobreviver - o que, no momento da escrita da Declaração, não era uma certeza.
Seis meses antes, as Nações Unidas tentavam encontrar uma solução política para a antiga questão da divisão da Palestina. Os planos seriam que o Estado judaico incluiria os portos de Haifa e Tel Aviv e todo o Vale de Negev; os árabes ocupariam a porção fértil oriental; e, finalmente, a cidade de Jerusalém ficaria sob jurisdição da ONU. Assim, os 65% dos palestinos que povoavam a região ficariam com apenas 40% da terra, desagradando o lado árabe, que pegou em armas e deflagrou uma guerra civil entre ambos os lados.
Em 12 de maio de 1948, em Tel Aviv, Ben-Gurion e seu gabinete, decidiram contra um cessar-fogo com os árabes, proposto pelos EUA. No dia 14, uma multidão se reúne em frente ao museu de arte de Tel Aviv e, em seu interior, o Conselho do Povo Judeu mais 300 testemunhas assitem a leitura, por Ben-Gurion, da Declaração de Independência do Estado de Israel.
Neste mesmo dia, no Ocidente, o presidente Truman responde aos apelos dos judeus e assina o reconhecimento do Estado de Israel e, assim como no texto da Declaração, não menciona nenhuma fronteira. Com o posicionamento dos EUA, outros países seguem a orientação e Israel torna-se uma realidade para o mundo.
Com o fim deste capítulo da história da Palestina, outro se inicia: para centenas de milhares de palestinos, o exílio está apenas começando e o rei Abdullah cumpre sua promessa de tentar destruir o novo país e inicia-se a Guerra da Independência (ou Guerra árabe-israelense de 1948). Entretanto, agora como um Estado, Israel pode comprar material bélico e acaba por vencer esta guerra. Desde o início da guerra civil, mais de 300 mil palestinos nunca retornaram às suas casas, e o mesmo padrão de conflito persiste até os dias atuais.

Voltando ao plano didático, em primeiro lugar, devemos estar atentos à nossa realidade: se a região em que se leciona não apresenta muita diversidade religiosa, é bem provável que os alunos não tenham conhecimento prático sobre o que seria um judeu ou o judaísmo. Assim, pode-se aproveitar essa falta para apresentar aos alunos as origens das práticas monoteístas. Os mapas ao lado podem ser muito úteis para se explicar a trajetória dos hebreus: sua migração de Ur à Palestina, a escravidão no Egito, o retorno e a posterior separação entre os reinos de Judá e Israel e, finalmente, a diáspora causada pela invasão romana.

Nesta oportunidade ainda de pode avançar e discutir sobre origens e sincretismos de outras religiões monoteístas, destacando o cristianismo e o islamismo.

Finalmente, após esclarecimentos sobre religião judaica e seus seguidores, é possível usar estes outros mapas para se discutir o conflito entre palestinos e israelenses, através da história da criação do Estado de Israel.
É importante, antes de se trabalhar o mapa, que fique claro para o aluno a localização geográfica do Estado de Israel, o que pode ser feito com um mapa-múndi. Esse procedimento se faz necessário para que esse conhecimento se aproxime do concreto, o máximo possível.
Para um leitura do mapa, deve-se solicitar aos alunos distinguirem as divisões através das cores. Espera-se ficar claro que a área destacada em verde corresponde à região do Estado criado em 1948, ainda com capital em Tel Aviv; entretanto, a área vermelha, composta por Colinas de Golã e Cisjordânia, em que Jerusalém inicialmente seria uma "cidade internacional" administrada pelas Nações Unidas, foi ocupada por Israel na década de 60.
Aproveitando-se dos eventos bélicos recentes, falta ainda aos alunos identificar a Faixa de Gaza, região densamente povoada por palestinos e que possui autonomia limitada.

A partir daí - escrevo por experiências próprias - naturalmente se abre um espaço em que os alunos discutem sobre qual povo realmente tem direito a esse região historicamente conflituosa. Uma boa prática seria retornar ao conhecimento das origens das religiões monoteístas e fazê-los refletir sobre o fato de ocorrer uma guerra, nomeadamente religiosa, entre dois povos que - liturgias e rituais à parte - cultuam o mesmo Deus.