sábado, 19 de março de 2011

Com os merecidos elogios e críticas: José de Anchieta

Na data de hoje, 19 de março (mas de 1534), nasceu o jesuíta José de Anchieta, cuja influência para a construção cultural e estrutural do Brasil e região da Baixada Santista é inquestionável. Críticas e elogios à parte, considero importante escrever sobre esta personalidade.

Chegada de Tomé
de Sousa à Bahia,
Biblioteca Municipal de SP.
No período do Brasil colônia, em março de 1549, chegou à antiga capitania da Baía de Todos os Santos o primeiro governador geral: Tomé de Sousa. Com ele, vieram também seis jesuítas, liderados pelo Padre Manoel da Nóbrega.
A Companhia de Jesus (ordem dos jesuítas) foi fundada pelo espanhol Inácio de Loyola, no século XVI. No Brasil, o principal objetivo era ensinar o catolicismo aos indígenas e divulgar a religião entre os colonos portugueses.


Companhia de Jesus (Roma) e Biblioteca Nacional
de Portugal (rosto do livro "Cartas Jesuíticas" de
autoria do padre José de Anchieta,
publicado em 1933 pela Editora Civilização Brasileira).

Além do já citado Manoel da Nóbrega, outro jesuíta de maior destaque foi Padre Anchieta, nascido no ano de 1534, em San Cristóbal de La Laguna (Tenerife, nas Ilhas Canárias). Ainda garoto, ingressou na Companhia de Jesus, onde desenvolveu uma profunda formação cultural e religiosa.
Desde cedo manifestou talentos literários, tendo sido poeta reconhecido em Coimbra. Escreveu contos, sermões e textos dramáticos. Expressava-se em latim, português, espanhol e tupi.
Chegou ao Brasil em 1553, na comitiva do segundo governador-geral, Duarte da Costa, e em 1554, ao lado do Padre Manoel da Nóbrega, fundou um colégio no planalto de Piratininga, que daria origem à vila de São Paulo, realizando a "primeira missa de São Paulo de Piratininga" em 25 de janeiro.

Fundação de São Paulo, de Antônio Parreiras (1913)
Acervo da Pinacoteca Municipal de São Paulo
 Anchieta participou da "defesa" dessa vila na "invasão" dos índios tamoios, logo após a fundação (aqui podemos questionar quem foram os reais invasores). Participou, também, da expulsão dos franceses do Rio de Janeiro, em 1567.
É da autoria de Anchieta a primeira gramática da língua tupi, publicada em Coimbra em 1595. José de Anchieta morreu em 9 de junho de 1597, em Reritiba (hoje Anchieta), no estado do Espírito Santo. Tinha 63 anos, 25 dos quais vividos no Brasil.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Logotipo do _edu_cação

Este post apresenta o logotipo do blog, algo que eu pretendia fazer há muito tempo, mas só agora reservei um tempo para trabalhar nisto. Espero que gostem:
Pois bem, o trocadilho foi inevitável...

terça-feira, 8 de março de 2011

Como ofender de forma despretensiosa e genial

Um incentivo para que eu volte a postar... Levantado a bandeira da liberdade permitida pelos blogs, publico desta vez uma resenha que fiz sobre um álbum, artista e banda que gosto muito. Entretanto, acho que o texto também revela que não consigo fugir das amarras de uma interpretação historiográfica de (quase) tudo.

The Raconteurs é um dos “projetos paralelos” do músico Jack White. Chamo White de músico – e não apenas guitarrista – porque ele é um dos poucos artistas do atual cenário pop que pode manter esse título. Afinal, sua inteligência e criatividade não permitem que ele permaneça apenas em sua banda “oficial”, The White Stripes (na qual faz parceria com a baterista Meg White), mas sim mantenha outras duas bandas e várias participações e featuring’s com artistas do naipe de Jimmy Page e da cantora Loretta Lynn, além de já antigos rumores de uma parceria com o Radiohead de Thom Yorke. Além disso, Jack White sabe como ninguém o momento e o ambiente certo para fazer determinado tipo de som e, o mais impressionante, sua capacidade para fazer hits em qualquer trabalho e estilo que produza. Ademais, sua performance no palco completa meus argumentos para chamá-lo de artista.

Voltando aos Raconteurs, escrevo especificamente sobre o álbum Consolers of the lonely, de 2008. Impressionante, absurdo e ótimo são adjetivos que eu poderia usar para descrevê-lo, mas prefiro dizer que o álbum é ofensivo. Este trabalho simplesmente ofende qualquer nova banda que ambiciona se apresentar como algo novo, a “salvação do rock”.
Nada disso, Consolers... não pretende salvar o rock, mas sim revigorá-lo. Revisitações a estilos antigos, dos ’50 aos ’80 não faltam. E tudo isso com muita técnica e lançando mão de vários recursos e instrumentos diferentes. Lógico, os Raconteurs não são apenas Jack White, pois conta com músicos de alta qualidade: Jack Lawrence (contrabaixo), Brendan Benson (guitarra, vocais e teclados) e Patrick Keeler (bateria).
Tudo isso junto forma algo que há muito não tinha ouvido. Acompanho muitas bandas novas, mas esse álbum conseguiu fazer estilos antigos soarem como novos.
O lado A é simplesmente um escândalo! Riffs, gritos e fortes baterias contrastando com sons cool conduzidos por um piano que parece ter uma conversa de antigos amigos com a guitarra, observados pelo atento contrabaixo e com uma bateria deixando seu recado em momentos pontuais. Numa das músicas, “The Switch And The Spur”, o grupo lança mão de praticamente tudo o que é permitido para se alcançar uma música que sintetize o que escrevi acima. Numa só canção, solos de guitarra e de metais, capela e coros, e até a uma linha de piano que procura acompanhar – e por que não? – imitar o que os metais estão dizendo.
Falei em lado A porque, apesar de ser lançado em CD, fica claro onde termina um lado e começa outro – mais uma vez recuperando uma antiga prática, a de determinar uma ordem das faixas e fazer com que elas permitam perceber um início, meio (clímax) e fim para o lado. A face B é recheada de hits em potencial, que revisitam desde os acordes do folk norte-americano até as guitarras ensurdecedoras do punk londrino, passando por boas lições do rock e das baladas. Destaque para “Top Yourself”, que já correu muito pelas rádios despertando aquele raro sentimento de “Que som é esse? Parece que eu já ouvi mas, ao mesmo tempo, soa tão novo...”, mais uma vez mostrando o talento de White e seus parceiros para fazer músicas boas, mas que podem perfeitamente tocar numa FM sem causar estranhamento para os acostumados com o easy listening e, ao mesmo tempo, conquistar a admiração dos mais exigentes.


The Racounters, em Consolers of the lonely, lançam mão do que há de melhor na música dos últimos 50 anos para criar seu próprio som. O cheiro de silício contrasta o tempo todo com o ar rústico da capa do álbum e das bases, enquanto os acordes com seus solos e riffs contagiantes fazem o papel de criar sua própria identidade para o grupo.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Feedback post for a dying writer

Ok, já faz mais de um ano que não publico postagens. Será que ainda é possível manter esse blog? Espero que sim...
Quem conhece um pouco mais de Legião Urbana pôde compreender o título desta postagem. A resposta é para mim mesmo, assim como o referido escritor. Já passou da hora de tentar novamente.

Ilustrando, publico uma das tiras de Bill Waterson, Calvin & Hobbes, absolutamente minhas preferidas devido à extraordinária inconsequência de Calvin, muitas vezes questionada por seu amigo imaginário (ou voz da consciência) Haroldo. Ainda não sei com qual me identifico, talvez dependa do momento.

Mas a cena dos dois atravessando esse rio já diz tudo...

Abraços a todos!