quarta-feira, 8 de maio de 2013

Saul Bass: o pensamento se faz visível

Existe uma grande possibilidade de você reconhecer o logotipo ao lado. Ademais, se você acompanha a versão cinematográfica da saga X-Men, deve conhecer a bela abertura de "X-Men: First Class", de 2011 (veja o vídeo abaixo). Dessa forma, mesmo que inconscientemente, você está identificando as obras de Saul Bass (EUA, 1920-1996), renomado cineasta e designer gráfico que criou logotipos, cartazes e aberturas de filmes.



Hoje, quando inevitavelmente abri o Google para navegar, notei que inseriram um novo doodle. Frequentemente o site de buscas incorpora homenagens a personalidades ou datas comemorativas com a palavra "Google" formada com mais criatividade: pode ser com um simples desenho, uma animação ou um doodle interativo, em que se pode controlar o objeto, como a reprodução do sintetizador Minimoog, que podia ser tocado de verdade.
Voltando ao doodle de hoje, este homenageia Saul Bass com uma animação ao seu estilo. Confesso que ver esta animação causou-me a mesma sensação que tive ao assistir a abertura do filme "Prenda-me se for capaz", de 2002 (vídeo a seguir). Aquela sensação de "conheço isso de algum lugar", uma nostalgia por algo que não se sabe se foi vivido... Depois, descobri que tive essas impressões porque, de certa forma, boa parte dos designers de aberturas inspirou-se na obra de Bass. Assim, mesmo quem nunca assistiu a uma film title sequence de Saul Bass, com certeza viu alguma criada por um de seus "discípulos".



Veja a abertura do filme "It's a Mad, Mad, Mad, Mad World", criada por Saul Bass em 1963:



No caso dos logotipos criados por Bass, muitos ainda são usados, por sua incrível atemporalidade, passando a impressão de que foram desenhados com uma estética atual. Além do "velhinho da Quaker", você também deve conhecer alguns destes logos: Bell System, AT&T, General Foods, United Airlines, Avery International, Continental Airlines, Celanese, United Way, Rockwell International, Minolta, Girl Scouts of the USA, Lawry's Foods, Dixie, Frontier Airlines, Alcoa, Warner Communications e Fuller Paints.

Assim, continuo com meu estranho costume de não levantar da cadeira (ou do sofá) quando o filme acaba, e ler algumas partes dos créditos, pois artistas "ocultos" de um filme, como o designer, o compositor da trilha e o roteirista merecem ser reconhecidos por sua bela obra.

A seguir, a animação que aparece no Google de hoje - e somente hoje - publicada também no Youtube, com referências diretas a cartazes e aberturas do artista, em sequências de cores e silhuetas que se fundem em outras cores e silhuetas de Saul Bass, com direito ao jazz de Dave Brubeck, "Unsquare Dance":




Para não sair do tema deste blog: este artista é uma boa dica para uma interessante aula de Artes!

"Design is thinking made visible." (Saul Bass)


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