sábado, 18 de junho de 2022

Grandes Civilizações (atualizado)

Conforme já informado em postagem anterior, essa série foi produzida em 2009 pela Sol 90 Audiovisual (Barcelona) e exibida no Brasil pela TV Escola.

No link abaixo você pode encontrar todos os episódios da série, num link atualizado:


(Obs.: o primeiro episódio de "Mesopotâmia" estava com o áudio e vídeo fora de sincronia, e agora esse erro foi corrigido em um novo arquivo.)


REPOST atualizado:

A série Grandes Civilizações é uma excelente ferramenta para ilustrar as aulas de História Antiga no Ensino Fundamental: oferece um texto simples, porém muito informativo, com narração amigável. Seu gênero é classificado como "animação" porque esta é realizada com colagens de obras de arte de cada período retratado, como as pinturas das paredes dos templos egípcios, desenhos em pergaminhos, estátuas clássicas, entre outras artes e documentos históricos, além de traços originais dos artistas da produtora.
No total, são apresentadas 16 antigas civilizações, cada uma em dois episódios de aproximadamente 11 minutos (tempo didaticamente apropriado), totalizando 32 episódios. Por experiência própria, posso afirmar que esses vídeos funcionam muito bem em sala de aula. Nas turmas de 6º e 7º anos em que exibi os episódios, a maior parte dos alunos prendeu sua atenção às animações e à narrativa, e foi satisfatório como eles souberam reproduzir e questionar sobre assuntos considerados difíceis para sua faixa etária.
Algumas imprecisões existentes nos episódios são consequência da narrativa mais simplificada utilizada, o que instiga o/a professor/a a fazer uma leitura crítica junto aos estudantes.

Além das informações concernentes à civilização apresentada, no final de cada episódio a "bússola do tempo" também nos leva a outras partes do mundo para apresentar o que acontecia na história das demais civilizações durante o mesmo período exibido.

Abaixo, tem-se uma lista dos episódios da série. É claro, não poderia faltar uma crítica: a única civilização africana apresentada na série é a egípcia, deixando de lado alguns grandes impérios, como Mali e Congo... ademais, não há sequer um representante da Oceania; assim, fica claro que apenas 16 civilizações são insuficientes para retratar a enorme riqueza social, cultural e econômica da Antiguidade. Ficamos na torcida para mais excelentes episódios:

Mesopotâmia
A China Antiga
Índia
Japão
O Antigo Egito
Os Hebreus
Os Persas
A Grécia Antiga
O Império Romano
O Império Bizantino
Celtas e Vikings
O Império Carolíngio
O Islã
Os Maias
Os Astecas
O Império Inca


domingo, 9 de novembro de 2014

Grandes Civilizações (série de TV)

Produzida em 2009 pela Sol 90 Audiovisual (Barcelona), esta série foi criada originalmente na versão em inglês, chamada "The Time Compass", exibida pela ABC. Também foi lançada nas versões em castelhano ("Grandes Civilizaciones") e em português, aqui exibida pela TV Escola (entretanto, não consegui encontrar nenhuma informação sobre a série no site desta emissora). Na equipe técnica, temos Ernesto Soto como produtor executivo, direção de Federico Badia e roteiro de Ernesto Soto e Federico Badia.

A série Grandes Civilizações é uma excelente ferramenta para ilustrar as aulas de História Antiga no Ensino Fundamental, pois oferece um texto simples, porém muito informativo, com narração amigável. Seu gênero é classificado como "animação" porque esta é realizada com colagens de obras de arte de cada período retratado, como as pinturas das paredes dos templos egípcios, desenhos em pergaminhos, estátuas clássicas, entre outras artes e documentos históricos, além de traços originais dos artistas da produtora.
No total, são apresentadas 16 antigas civilizações, cada uma em dois episódios de aproximadamente 11 minutos (tempo didaticamente apropriado), totalizando 32 episódios. Por experiência própria, posso afirmar que exibir estes mini-documentários funciona muito bem em sala de aula. Nas turmas de 6º e 7º anos em que exibi os episódios, a maior parte dos alunos prendeu sua atenção às animações e à narrativa, e foi surpreendente como eles souberam reproduzir e questionar sobre assuntos considerados difíceis para sua faixa etária.

Além das informações concernentes à civilização do episódio, a "bússola do tempo" também nos leva a outras partes do mundo para apresentar o que acontecia na história das demais civilizações durante o mesmo período exibido.

Os episódios dessa série são facilmente encontrados no Youtube, porém, gostaria de agradecer aqui ao meu desconhecido Fabio Vinícius Gongora, que em seu site disponibilizou todos os episódios através do OneDrive.

Abaixo, tem-se uma lista dos episódios da série. É claro, não esquecendo dos mais críticos, a única civilização africana apresentada na série é a egípcia, deixando de lado alguns grandes impérios, como Mali e Congo... ademais, não há sequer um representante da Oceania; assim, fica claro que apenas 16 civilizações são insuficientes para retratar a enorme riqueza social, cultural e econômica da Antiguidade. Ficamos na torcida para mais excelentes episódios:

Episódio 1: O Antigo Egito – parte 1
Episódio 2: O Antigo Egito – parte 2
Episódio 3: O Império Inca – parte 1
Episódio 4: O Império Inca – parte 2
Episódio 5: A Grécia Antiga – parte 1
Episódio 6: A Grécia Antiga – parte 2
Episódio 7: Os Astecas – parte 1
Episódio 8: Os Astecas – parte 2
Episódio 9: O Império Romano – parte 1
Episódio 10: O Império Romano – parte 2
Episódio 11: A China Antiga – parte 1
Episódio 12: A China Antiga – parte 2
Episódio 13: Mesopotâmia – parte 1
Episódio 14: Mesopotâmia – parte 2
Episódio 15: Os Maias – parte 1
Episódio 16: Os Maias – parte 2
Episódio 17: Japão – parte 1
Episódio 18: Japão – parte 2
Episódio 19: Os Hebreus – parte 1
Episódio 20: Os Hebreus – parte 2
Episódio 21: Celtas e Vikings – parte 1
Episódio 22: Celtas e Vikings – parte 2
Episódio 23: O Império Bizantino – parte 1
Episódio 24: O Império Bizantino – parte 2
Episódio 25: O Islã – parte 1
Episódio 26: O Islã – parte 2
Episódio 27: Índia – parte 1
Episódio 28: Índia – parte 2
Episódio 29: O Império Carolíngio – parte 1
Episódio 30: O Império Carolíngio – parte 2
Episódio 31: Os Persas – parte 1
Episódio 32: Os Persas – parte 2


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quinta-feira, 16 de maio de 2013

Prezi - Renascimento Cultural

Se você é fã da banda Guns N' Roses, com certeza conhece as capas dos (já) clássicos álbuns Use Your Illusion I e II, de 1991. A silhueta em destaque nas duas capas faz parte da obra A Escola de Atenas (1509-1510), do renascentista Rafael Sanzio. Este e outros fatos ilustram como o Renascimento Cultural ainda está presente nos dias de hoje, tanto em sua forma acadêmica como no imaginário popular.
Capas dos álbuns Use Your Illusion (Guns N' Roses) e
detalhe de A Escola de Atenas (Rafael Sanzio).
 
E por falar em Guns N' Roses e
Renascimento... Monalisa for
Destruction, de Will Knack.
Outros exemplos seriam as inúmeras releituras - ou mesmo paródias - da Criação de Adão (1511), detalhe da obra de Michelangelo na Capela Sistina: mesmo quem nunca viu esta pintura em sua forma original, já se deparou com esta imagem e seus personagens ou cenário trocados. Da mesma forma, a célebre Mona Lisa ou La Gioconda (1503-1506) de Leonardo da Vinci talvez seja a obra mais conhecida deste período. Além disso, da Vinci também nos presenteou com seus projetos de máquinas voadoras, de guerra e arquitetônicos, impossíveis de serem concretizados em sua época, mas que hoje são objetos comuns nas paisagens humanizadas.

Assim, faço minha contribuição na divulgação deste tema com uma apresentação no formato Prezi sobre alguns artistas do Renascimento Cultural. Prezi é um aplicativo que permite edições com o recurso de zoom, causando um ótimo efeito visual. No caso desta apresentação, basta clickar nas setas direita e esquerda da barra inferior ou do próprio teclado para avançar ou retroceder entre as informações e imagens. Para uma melhor visualização, utililize o botão "fullscreen" (no canto inferior direito) para aumentar para a tela cheia:



É claro, impossivel listar todos os artistas deste importante movimento. Entretanto, como o Prezi pode ser editado a qualquer momento, aos poucos irei acrescentar outros artistas a esta apresentação.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Prezi - Segunda Guerra Mundial

O tema da Segunda Guerra Mundial é vastamente explorado em livros, filmes, documentários, entre outras fontes de informações, provocando fascínio, revolta e reflexões até os dias atuais. Este evento histórico já pode ser considerado parte do imaginário humano, pois sofreu inúmeras interpretações, distorções e até mesmo mudanças propositais, em busca de instigantes romances literários, gráficos ou cinematográficos.
 
Este é um tema que atrai a atenção de nossos alunos. A figura de Hitler ainda causa muita curiosidade, pois mesmo quando não sabem exatamente de quem se trata, com certeza sabem que é um famigerado e importante personagem histórico.
 
Para ajudar a satisfazer - ao menos uma parte - dessa curiosidade, disponibilizo uma apresentação no formato Prezi com uma linha do tempo da Segunda Guerra Mundial. Prezi é um aplicativo que permite edições com o recurso de zoom, causando um ótimo efeito visual. No caso desta apresentação, basta clickar nas informações da linha do tempo, usar os botões de zoom ou a "rodinha" do mouse para aproximar e afastar as imagens e textos. Para uma melhor visualização, utililize o botão "fullscreen" (no canto inferior direito) para aumentar para a tela cheia:



Esta linha se inicia com o fim da Primeira Guerra Mundial e vai até o desfecho da Segunda. Apesar da vasta quantidade de informações presentes, provavelmente seja impossível incluir na linha do tempo todos os fatos ocorridos neste período. Aproveitando a interatividade do blog, se você sentiu falta de alguma informação na linha, por favor utilize o espaço para comentários e deixe suas sugestões ou críticas.
 
Boa aula!
 

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Saul Bass: o pensamento se faz visível

Existe uma grande possibilidade de você reconhecer o logotipo ao lado. Ademais, se você acompanha a versão cinematográfica da saga X-Men, deve conhecer a bela abertura de "X-Men: First Class", de 2011 (veja o vídeo abaixo). Dessa forma, mesmo que inconscientemente, você está identificando as obras de Saul Bass (EUA, 1920-1996), renomado cineasta e designer gráfico que criou logotipos, cartazes e aberturas de filmes.



Hoje, quando inevitavelmente abri o Google para navegar, notei que inseriram um novo doodle. Frequentemente o site de buscas incorpora homenagens a personalidades ou datas comemorativas com a palavra "Google" formada com mais criatividade: pode ser com um simples desenho, uma animação ou um doodle interativo, em que se pode controlar o objeto, como a reprodução do sintetizador Minimoog, que podia ser tocado de verdade.
Voltando ao doodle de hoje, este homenageia Saul Bass com uma animação ao seu estilo. Confesso que ver esta animação causou-me a mesma sensação que tive ao assistir a abertura do filme "Prenda-me se for capaz", de 2002 (vídeo a seguir). Aquela sensação de "conheço isso de algum lugar", uma nostalgia por algo que não se sabe se foi vivido... Depois, descobri que tive essas impressões porque, de certa forma, boa parte dos designers de aberturas inspirou-se na obra de Bass. Assim, mesmo quem nunca assistiu a uma film title sequence de Saul Bass, com certeza viu alguma criada por um de seus "discípulos".



Veja a abertura do filme "It's a Mad, Mad, Mad, Mad World", criada por Saul Bass em 1963:



No caso dos logotipos criados por Bass, muitos ainda são usados, por sua incrível atemporalidade, passando a impressão de que foram desenhados com uma estética atual. Além do "velhinho da Quaker", você também deve conhecer alguns destes logos: Bell System, AT&T, General Foods, United Airlines, Avery International, Continental Airlines, Celanese, United Way, Rockwell International, Minolta, Girl Scouts of the USA, Lawry's Foods, Dixie, Frontier Airlines, Alcoa, Warner Communications e Fuller Paints.

Assim, continuo com meu estranho costume de não levantar da cadeira (ou do sofá) quando o filme acaba, e ler algumas partes dos créditos, pois artistas "ocultos" de um filme, como o designer, o compositor da trilha e o roteirista merecem ser reconhecidos por sua bela obra.

A seguir, a animação que aparece no Google de hoje - e somente hoje - publicada também no Youtube, com referências diretas a cartazes e aberturas do artista, em sequências de cores e silhuetas que se fundem em outras cores e silhuetas de Saul Bass, com direito ao jazz de Dave Brubeck, "Unsquare Dance":




Para não sair do tema deste blog: este artista é uma boa dica para uma interessante aula de Artes!

"Design is thinking made visible." (Saul Bass)


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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Jogos africanos - Wali

Chegamos ao quarto jogo africano, o Wali. Orientações e exemplos sobre como confeccioná-lo e aplicá-lo em sala de aula podem ser encontradas em outras postagens deste blog.

WALI

O Wali vem do Mali no oeste africano. É um jogo de posicionamento do tipo trilha. O objetivo é fazer alinhamentos de 3 peças.

  • Cada um na sua vez, os jogadores colocam uma peça em qualquer casa vazia até que todas as 24 peças sejam colocadas. Na fase da colocação das peças, não é permitido formar fileiras de 3 peças.
  • Depois da fase de colocação, cada jogador, na sua vez, desloca a sua peça para uma casa vizinha vazia, no sentido horizontal ou vertical.
  • O objetivo é formar fileiras com três peças, uma ao lado da outra, tanto na vertical quanto na horizontal. Uma vez formada uma fileira, retira-se qualquer peça do adversário (fig. W1).
  • É proibido ter mais de 3 peças em uma linha contínua.
  • É possível desfazer um alinhamento para poder formá-lo de novo na jogada seguinte – é o “Cavalo Simples”. Também é possível desfazer um alinhamento para criar um outro do lado – é o “Cavalo Duplo”. Ver os dois exemplos da fig. W2.
  • Se pelo movimento de uma peça, 2 alinhamentos (em “L”) ou 3 alinhamentos (em “T”) são realizados, retira-se apenas uma peça.
  • O jogo termina quando um dos jogadores ficar com 2 peças.

Algumas informações e ilustrações foram retiradas do site da empresa Ludens Spirit.


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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Jogos africanos - produções de alunos: Yoté, Seega e Choko

Aqui estão algumas produções de meus alunos sobre o tema jogos africanos, com o objetivo de ilustrar e exemplificar esta prática, com os jogos já publicados nesse blog: Yoté, Seega e Choko. Os tabuleiros foram confeccionados com material escolar básico (cartolina, régua, lápis, caneta hidrocor etc.) e decorados com desenhos, mapas e informações sobre as regiões de origem dos jogos.

Alunos do 8º ano jogando no tabuleiro do Yoté, usando tampinhas de pet como peças.
O tabuleiro também contém informações sobre o jogo e suas origens.

Alunas do 8º ano jogando no tabuleiro de Choko.
Com muita criatividade, as alunas usaram balas (com embalagens de cores diferentes) como peças para o jogo.

Tabuleiro de Yoté decorado com desenhos de animais africanos.
Alunos do 8º ano jogando em tabuleiros produzidos
e decorados por eles mesmos.
Tabuleiro do Seega, com desenhos de animais e informações
sobre a Somália (origem do jogo).





















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Jogos africanos - Choko

Mais um para a série jogos africanos. Dicas sobre como aplicá-lo em sala de aula podem ser encontradas em outra postagem deste blog.

CHOKO

O Choko vem da Gâmbia, no oeste africano. Segue as mesmas regras do Yoté, mas acrescenta o privilégio de movimentar sua peça pulando sobre as outras peças quantas vezes for possível naquela jogada. Este movimento pode ou não resultar na captura das peças adversárias. Depois de realizar uma captura simples ou múltipla, a jogada está encerrada.

Regras:
  • É um jogo de confronto estratégico para 2 jogadores. 
  • Usa-se um tabuleiro de 30 casas com 24 peças, 12 de cada cor ou tonalidade.
Objetivo: Capturar ou bloquear todas as peças do adversário.

Início da partida:
  • Cada jogador escolhe uma cor e coloca sua reserva de peças fora do tabuleiro.
  • Os jogadores determinam quem começa.
  • Cada jogador, na sua vez, pode colocar uma peça em uma casa vazia da sua escolha, ou mover uma peça já colocada no tabuleiro.
Movimentos: As peças se movimentam de uma casa em direção a uma casa vazia ao lado, no sentido horizontal ou vertical, mas nunca na diagonal.

Captura:
  • A captura ocorre quando uma peça pula por cima da peça do adversário, como no jogo de Damas. A peça que captura deve sair da casa adjacente à peça capturada e chegar, em linha reta, na outra casa adjacente que deve se encontrar vazia.
  • Além de retirar a peça capturada, o jogador retira mais uma peça do adversário de sua livre escolha. Assim, para cada captura, o jogador exclui um total de duas peças do adversário.
  • A captura não é obrigatória.
  • Caso um jogador sofra captura de uma peça e não possua outras sobre o tabuleiro, seu adversário não poderá reivindicar a outra peça a qual teria direito.
Captura múltipla:
  • Um jogador pode capturar várias peças do adversário com a mesma peça, até que não haja mais condições de pular.
  • Durante a captura múltipla é obrigatório, depois de cada captura, retirar a segunda peça antes de prosseguir com outras capturas.
  • É permitido retirar uma peça que lhe dê condição de continuar capturando outras peças.
  • No exemplo da figura C1, a peça clara salta por cima de duas outras peças claras. Na mesma jogada, ela captura a peça escura, obtendo o direito de retirar outra peça escura. Como ela abriu um caminho, ela pode realizar mais uma captura (figura C2), o que resultará na figura C3, na qual o jogador das peças claras capturou quatro peças escuras:

Final do jogo:
  • O jogo termina quando um dos jogadores ficar sem peças ou com as peças bloqueadas.
  • Quando os jogadores concordam que não há mais nenhuma captura possível, vence aquele que capturou mais peças. 
  • Se ambos os jogadores ficarem com 3 ou menos peças no tabuleiro, e não seja mais possível efetuar capturas, o jogo termina empatado.

Algumas informações e ilustrações foram retiradas do site da empresa Ludens Spirit.

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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Jogos africanos - Seega

O segundo jogo da série jogos africanos chama-se Seega. Dicas sobre como aplicá-lo em sala de aula podem ser encontradas em outra postagem deste blog.

SEEGA
Talvez um dos jogos de tabuleiro mais antigos e tradicionais, o Seega ainda é muito jogado na Somália. Acredita-se que este jogo nasceu no antigo Egito, onde vários desenhos de tabuleiros com a estrutura deste jogo foram encontrados em gravados em pedra, datados de aproximadamente 1300 anos a.C.
Considerado o jogo nacional da Somália, é jogado especialmente pelos beduínos que cuidam dos camelos no deserto, quando são surpreendidos por tempestades de areia. Estes homens, ao encontrar abrigo em baixo das tendas, jogam Seega para passar o tempo e assim desenvolvem novas táticas.
Apesar de as regras serem simples e as partidas curtas, o jogo oferece muitas possibilidades para o desempenho estratégico. As regras variam de um país para o outro. Na Tunísia, existe uma variante chamada Kharbga, que usa um tabuleiro de 49 casas e 48 peças.
O tabuleiro do Seega tem a forma de um quadrilátero, dividido em 25 casas, sendo que a casa central deve ser destacada. O objetivo é capturar o maior número de peças do adversário, de acordo com as regras:
Regras do Seega:
  • É um jogo de confronto estratégico para 2 jogadores.
  • Usa-se um tabuleiro de 25 casas com 24 peças, 12 de cada cor ou tonalidade.
Início da partida
  • Cada jogador escolhe uma cor e coloca sua reserva de peças fora do tabuleiro.
  • Os jogadores determinam quem começa.
  • O jogo tem duas fases. Na primeira fase, cada jogador na sua vez, coloca duas peças no tabuleiro, uma por casa, sempre deixando a casa central livre até acabarem as 24 peças.
  • O último jogador a colocar suas peças no tabuleiro, começa a segunda fase do jogo com o movimento das peças.
Movimentos
  • Cada jogador, na sua vez, movimenta uma peça em direção a uma casa vazia ao lado, no sentido horizontal ou vertical, mas nunca na diagonal.
  • Nesta fase do jogo, a casa central pode ser ocupada.
  • Ao movimentar uma peça, não se deve bloquear o adversário.
  • Se um jogador estiver bloqueado, (isso pode ocorrer logo após a fase de colocação das peças), ele deve retirar uma peça do adversário que lhe permita um movimento.

Captura
  • A captura ocorre por enquadramento. Quando um jogador, ao movimentar sua peça, consegue pôr a peça do adversário entre duas das suas, essa é capturada e retirada do tabuleiro.
  • O jogador pode colocar sua peça entre duas peças do adversário sem que ela seja capturada.
  • A captura é sempre obrigatória, mas se não for notada por nenhum dos jogadores a obrigação continuará nas próximas jogadas, até que seja sinalizada e realizada.
  • Uma peça que se encontre na casa central não pode ser capturada.
Capturas simultâneas: Uma peça pode capturar 2 ou 3 peças do adversário simultaneamente
Capturas múltiplas: Ao conseguir fazer uma captura, o jogador tem o direito - na mesma jogada e com a mesma peça - de continuar capturando até não haver mais possibilidades de captura.

Final do jogo: Há quatro maneiras de acabar uma partida:
  • Vitória Total: Quando um jogador consegue capturar todas as peças do adversário.
  • Grande Vitória: Quando os jogadores concordam que não há mais nenhuma captura possível, vence aquele que capturou mais peças.
  • Pequena Vitória: Ganha quem consegue criar uma barreira de cinco peças, dividindo o tabuleiro em dois e isolando o adversário em um dos lados. Não importa o número de capturas realizadas.
  • Empate: Se ambos os jogadores ficarem com 3 ou menos peças no tabuleiro e não for possível efetuar mais capturas, o jogo termina empatado.

Algumas informações e ilustrações foram retiradas do site da empresa Ludens Spirit. Faça aqui o download das regras ilustradas deste jogo em formato PDF.

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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Professor pensador, Professor autor

Texto escrito para o curso de Especialização "Ética, valores e cidadania na escola" (EVC - USP/Univesp), sobre as vídeo-aulas do Prof. Gabriel Perissé (Universidade Nove de Julho).

Em outra postagem deste blog, foi analisada a questão do Professor leitor na complexidade da constituição docente. Entretanto, sabe-se que o ato de ler leva a outras dimensões, como o pensar e a autoria. A primeira está diretamente ligada ao exercício da curiosidade, da reflexão e do diálogo com o extramental, que nos levam ao momento das decisões.
A etimologia¹ de "curiosidade" leva ao prefixo cur- (do latim, "ver") e ao sentido de "diligência em buscar uma coisa, desejo de conhecer". Assim, o Prof. Gabriel Perissé (Uninove), citando o filósofo e educador argentino Walter Kohan, aponta que "é o choque do imprevisto que nos obriga a pensar, que nos comove inteiramente, que nos deixa perplexos, que nos leva a problematizarmo-nos, a pensar o que até agora não podíamos pensar".

Pensar leva-nos a sermos autores, seja de um livro, de uma pintura, de um filme, ou mesmo de uma boa aula. Ler, pensar, ser autor permite questionar, transforma ideias em concepções e, principalmente, liberta.
Teorias pedagógicas, conteúdos, informações da mídia, material da internet e outras fontes de informações não podem ser utilizadas em sala de aula sem antes passarem pelo toque pessoal do Professor: a autonomia docente não se conquista sem um estilo de ensinar. O sociólogo e educador Pedro Demo afirma que "o mínimo que se exige é que cada professor elabore com mão própria a matéria que ministra" (citado por Perissé). "Tal elaboração será uma síntese barata, se for reprodutiva, mas será criativa, se acolher tonalidade própria reconstrutiva."
Flautista, de Roberto Weigand
Assim, quanto mais o Professor lê, mais sua curiosidade aumenta e, consequentemente, o ato de pensar fica mais elaborado, permitindo que tenha mais autonomia no seu ambiente de trabalho (principalmente em relação a seus "superiores") e crie recursos didáticos mais interessantes, com sua personalidade. Tais materiais não se restringem aos que são utilizados apenas na sala de aula tradicional: atualmente, a rede mundial permite alcançar horizontes que vão muito além, mantendo contato com alunos de forma presente ou à distância. Concluindo com metáfora um tanto distorcida, muitas vezes queremos ser como o Flautista de Hamelin, conduzindo os alunos de forma harmônica. Entretanto, o Professor que lê, pensa e cria pode até ser o condutor, mas sabe que suas aulas permitirão aos alunos desenvolver sua autonomia e fazer suas escolhas ao longo do caminho.

Eduardo Carvalho
Polo de Praia Grande

¹ Fonte: Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa

Desenvolvimento e educação de pessoas com NEE: modelos de ensino

Texto baseado nas vídeo-aulas da Profª Kátia Amorim (USP de Ribeirão Preto) e Profª Cláudia Helena Yazlle (Cindedi / USP-RP), para o curso de Especialização "Ética, valores e cidadania na escola" (EVC - USP/Univesp).

Fonte: Jurisciência
A presença de alunos com necessidades educativas especiais (NEE) nas escolas regulares já é uma realidade, mesmo com todos os problemas estruturais e procedimentais ainda existentes. Diante do fato, a complexidade da educação desses alunos pode ser amenizada, em alguma medida nas deficiências sensoriais, com o uso de recursos tecnológicos e profissionais: para as crianças e jovens considerados cegos, existe o recurso da escrita Braille e os amplificadores visuais para aqueles com alguma deficiência deste tipo. A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é o recurso mais utilizado para os surdos, além dos amplificadores de som (aparelhos auditivos) para o que tem baixa audição. A informática também contribui para essa amenização, principalmente para os deficientes físicos, que também necessitam do uso de cadeiras especiais.
Até aqui, discorreu-se apenas sobre as deficiências sensoriais, pois o assunto torna-se ainda mais complexo quando se fala das pessoas com déficit intelectual ou transtornos de natureza mental. Entretanto, para todos os casos já citados, é preciso recuperar a complexidade humana e seus processos desenvolvimentais, no caso, com a plasticidade cerebral, ou seja, a propriedade do sistema nervoso que permite o desenvolvimento de alterações estruturais e funcionais (capacidade adaptativa).
O potencial para a recuperação funcional depende de inúmeros fatores: idade do indivíduo (muito maior em crianças do que em adultos), local, tempo e natureza da lesão. Existem lesões potencialmente recuperáveis, mas, para tanto, necessitam de objetivos precisos de investimento. Assim, não se pode fazer um diagnóstico genérico do quadro, mas deve-se conhecer o indivíduo particularmente.
Fonte: Refrescante
O desenvolvimento dos alunos com NEE também depende do papel fundante do meio (escola) e do outro: professores, em parceria com a família no processo de mediação da criança, na identificação das dificuldades, no desenvolvimento de habilidades, na descoberta de potenciais, no respeito às especificidades.

A Pedagogia está em constante movimento: mudanças na legislação, nas relações culturais e sociais, demandas de mercado, novas funções sociais e concepções de escola. Tudo isso influi na formação e identidade profissional dos docentes, considerando a diversidade e aprendizagem diante de seus novos paradigmas: integração curricular (trabalho em grupo e conhecimento amplo), o papel do coordenador pedagógico como articulador na diversidade existente e a ampliação (e esvaziamento) das atribuições da escola.
A inclusão escolar exige lidar e articular as diferenças sociais, econômicas, culturais e individuais (de desenvolvimento humano), valorizando o trabalho em equipe com toda a comunidade escolar: as famílias de crianças com NEE buscam a aceitação e acolhimento do(a) filho(a), o estabelecimento de vínculos e relações sociais, sua autonomia, independência e aprendizagem, enquanto as demais famílias ainda têm o medo da agressividade e da imitação (dos alunos com deficiência) e, ao mesmo tempo em que receiam que seus filhos "percam" em aprendizagem, muitas famílias valorizam a inclusão como princípio ético.
Os professores, diante de um aluno com NEE em sua classe, desejam estar preparados para garantir a aprendizagem, lidar com as diferenças e definir disciplina e regras nessa nova realidade. Sabe-se que esses alunos precisam ser ouvidos, ter suas capacidades e habilidades reconhecidas, suas necessidades identificadas, enquanto os demais alunos desenvolvem a curiosidade, o interesse e consequente respeito pela diferença, com regras do grupo construídas a partir de negociações e reflexões.
A escola precisa perceber o importante papel da coordenação e direção neste processo, permitindo espaços de reflexão, planejamento e avaliação permanentes, sustentar dúvidas e perguntas, além de estabelecer parcerias com outros profissionais, principalmente os profissionais de Saúde, os quais, mesmo com sua ênfase na dificuldade e deficiência (visão normalizadora, clínica e individual) e pouco conhecimento do ambiente e dos desafios escolares, são importantes parceiros no processo de inclusão, num longo caminho de correções e adaptações a ser percorrido.
Eduardo Carvalho
Polo de Praia Grande

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O Professor leitor na complexidade da constituição docente

Texto para o curso de Especialização "Ética, valores e cidadania na escola" (EVC - USP/Univesp), sobre as vídeo-aulas da Profª Silvia Colello (Faculdade de Educação USP) e do Prof. Gabriel Perissé (Universidade Nove de Julho).

A profissão docente sempre foi constituída de forma muito complexa, pois está diretamente ligada a outros fatores, como a construção de valores, a formação do cidadão ético e do profissional preparado para o mercado de trabalho. Entretanto, do ponto de vista negativo, tal complexidade é também atribuída, por diversas vezes, ao chamado fracasso escolar.
Historicamente, sabe-se que até a década de 70 o fracasso escolar era considerado como culpa exclusiva do aluno e, portanto, acreditava-se ser importante investir nas competências dos professores para reverter as condições dos estudantes. A partir dos anos '80 - com os vários estudos nas áreas social, pedagógica, psicológica, biológica, entre outras - a escola passou a ser vista como produtora do fracasso, ou seja, muda a compreensão do problema, muda a compreensão do papel do Professor, mas permanece a lógica da formação: é competência do Professor resolver a situação.
Atualmente, não é mais possível atribuir a culpa do fracasso escolar a apenas um fator, pois está ligado a um conjunto de fatores sociais, culturais, econômicos, políticos, internos e externos ao ambiente escolar. Porém, apesar do discurso considerar responsabilidade de todos (família, escola, comunidade, poder público etc.) a busca pela solução do fracasso escolar, a prática ainda atribui ao Professor um grande peso a ser carregado, de forma árdua e, muitas vezes, solitária.
Como se constitui, então, o profissional docente? Essa constituição não se restringe ao curso superior, mas a fatores intrínsecos (história de vida, visão de mundo, formação ética, experiências docentes) e extrínsecos (formação acadêmica, local de trabalho, salário etc.), que influenciam a profissionalização e geram uma profissionalidade, ou seja, a forma pessoal de se exercer a profissão.
Durante a prática docente, a visão de mundo do indivíduo e a cultura profissional, juntamente com os saberes aprendidos e os saberes vividos, desenvolvem as concepções de aluno, de aprendizagem do papel do Professor, além de uma série de conflitos, como os conhecimentos pedagógicos muitas vezes destoando dos conteúdos acadêmicos e os momentos de satisfação competindo com a insatisfação - dependendo das condições objetivas (de trabalho) e das condições subjetivas (sentimentos, incertezas, receios).
Diante dessa enorme quantidade de fatores que influenciam a constituição docente, os professores buscam se afirmar através das perspectivas do conhecer, viver, lutar, refletir: é necessário disponibilidade pessoal para renovar o trabalho, colocar-se como sujeito do conhecimento, que define caminhos e criar alternativas, com luta pela valorização do ensino e a construção de um trabalho coletivo. Essas perspectivas ajudam a enfrentar os desafios em face da realidade, a difícil construção de um ensino de qualidade e a valorização do ensino, pois sua desvalorização já está gerando dados que apontam o desinteresse dos jovens pelo magistério ou, muitas vezes, os professores recém-formados tinham outros sonhos, mas sua realidade social e econômica levou à profissão docente, aumentando os riscos de comprometer essa carreira. Ultimamente, o governo federal promove campanhas publicitárias de valorização do professor, diante da queda do número de profissionais formados na área docente.



Existe um abismo entre a produção teórica e a prática pedagógica. Dessa forma, o Professor faz o papel de ponte, buscando compreender, aplicar e, principalmente, problematizar e refletir para uma maior proximidade entre os dois lados. Entretanto, a dimensão pessoal do trabalho do Professor traz outras dificuldades que parecem aumentar o tamanho desse abismo: falta de autonomia, sobrecarga, desmotivação, esgotamento ao longo da trajetória profissional.
Percebe-se, portanto, o tamanho da complexidade da constituição docente. Em meio a tantas dificuldades, é conhecido que muitos professores gostam do que fazem, pois não se podem deixar de lado os momentos em que o pessoal e o profissional se satisfazem ao mesmo tempo, ao ver o desenvolvimento dos alunos. Qual a dica para essas pessoas que são apaixonadas (lembre-se que "paixão" também está ligada ao sofrimento) pela sua profissão?

Aqui, por enquanto, será apontada a leitura como um dos caminhos para a libertação dos professores. Essa afirmação parece um tanto romântica, mas é preciso considerar que toda leitura é um aprendizado à distância: uma forma de aproximação com as diversas realidades. A leitura, além de expandir os horizontes, também contribui na tarefa de ensinar, pois não é possível esperar que os alunos gostem de algo que não é praticado pelos seus próprios professores.
Gabriel Perissé (USP), citando um artigo de Maria Helena Martins (Encruzilhadas de leituras) aponta que "há poucas referências a professores que demonstrem uma ligação especial com livros e leitura. (...) Intuem a distância dos professores da prática pessoal da leitura, o que nos parece proporcional às dificuldades destes de exercerem a função de mediadores: sobra-lhes a tarefa de obrigar os alunos a ler". Como mudar essa situação?
Sabe-se que a profissão docente dificilmente permite separar o sujeito profissional do sujeito pessoal. Em meio a tantos relatórios, planejamentos, avaliações, reuniões e cobranças das mais diversas naturezas, é preciso exigir espaço (e tempo) para a leitura, prática inquestionavelmente relevante para a docência. Não se fala aqui apenas sobre livros de temas pedagógicos, mas qualquer tipo de leitura contribui para o enriquecimento do professor, inclusive pessoalmente.
A experiência da leitura pode questionar, ampliar, revolucionar, aperfeiçoar nossa visão de mundo. E nos fazer criar um sistema pessoal de convicções. Se você é professor(a) e teve tempo de chegar ao final deste texto, agradeça à primeira pessoa que lhe alfabetizou e aos demais que ajudaram na sua formação, os quais foram ou ainda são seus colegas de profissão. Com certeza, há muitas crianças, jovens (e até adultos) que gostariam de lhe agradecer também.

Eduardo Carvalho
Polo de Praia Grande


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terça-feira, 3 de julho de 2012

A questão do estigma na complexidade do desenvolvimento humano

Texto baseado nas vídeo-aulas da Profª Ticiana Melo de Sá Roriz e Profª Kátia Amorim (USP de Ribeirão Preto), para o curso de Especialização "Ética, valores e cidadania na escola" (EVC - USP/Univesp).
 
O desenvolvimento ocorre ao longo de todo o ciclo vital, por meio das interações estabelecidas pelas pessoas, em contextos sociais e culturalmente organizados. Tais processos também acontecem nas esferas biológica e psicológica.
Para tanto, existe a necessidade da presença de mediadores (familiares, professores e outras pessoas do convívio direto ou indireto). Sua concretude, no cotidiano escolar, se dá nas práticas de cuidados e educação, dependendo da frequência e tipo de contato, da forma como se manipulam as crianças, dos locais em que estas são colocadas, da posição do adulto com relação à criança e da relação que estabelecem entre si. Esses processos também dependem de como as crianças são introduzidas umas às outras e demais pessoas, além do grau de autonomia que se permite e como interceder em situações de dificuldade.
Essa evolução está ligada ao nível do entrelaçamento de pessoas e significações, os quais promovem práticas sociais, delimitam zonas de atuação na interação e impulsionam em determinadas direções e aquisições, ao mesmo tempo em que distanciam, ou mesmo impedem outras.
Assim, por princípio, é impossível prever o produto final do comportamento de cada indivíduo, afinal, dentre os vários percursos em potencial, alguns não serão percorridos, onde habilidades e capacidades não virão a ser desenvolvidas em sua plenitude. Existirão aquisições iniciadas, mas perdidas diante de novas situações, e percursos que nunca serão colocados como possibilidades.

Um dos motivos para essas perdas (naturais ou não), nestes processos, é o risco do estigma, pois as características individuais de cada pessoa podem ser exaltadas ou não: há alguns atributos que são mais valorizados em detrimento de outros.
Erving Goffman
Citando o sociólogo canadense Erving Goffman (1922-1982), a Profª Ticiana Roriz (USP-RP) aponta o estigma como uma "situação do indivíduo que está inabilitado para aceitação social plena". Ainda de acordo com Goffman, um indivíduo que poderia ter sido facilmente recebido na relação social possui um traço que pode se impor à atenção das pessoas, e afastá-las, destruindo a possibilidade de atenção para outros atributos. Dessa forma, "é preciso uma linguagem de relações, e não de atributos. (...) Um atributo que estigmatiza alguém pode confirmar a normalidade de outrem, ele não é em si mesmo, nem honroso e nem desonroso".
Ainda neste pensamento, é necessário diferenciar o estigmatizado desacreditado (que possui característica distinta evidente) do desacreditável (de característica que não é imediatamente perceptível). Além disso, tendemos a inferir uma série de imperfeições a partir da imperfeição original, e erros menores ou enganos incidentais são interpretados como uma expressão direta de seu atributo diferencial estigmatizado. Por outro lado desses equívocos, também os menores atos são tidos como sinais de capacidades notáveis.
No ambiente escolar, de muita diversidade, existe o constante risco de estigmatizar, e expandi-lo para os demais. Até mesmo a maneira de se referir às pessoas (terminologia) reforça os estigmas e influencia as práticas nesse sentido. No caso dos adultos, essas informações servem de alerta, para a observação da postura que se tem diante das crianças e jovens educandos.

Eduardo Carvalho
Polo de Praia Grande


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segunda-feira, 2 de julho de 2012

Professor, escola, instituições culturais: parcerias para uma cidade educadora

Informações baseadas nas vídeo-aulas da Profª Rosa Iavelberg (USP), para o curso de Especialização "Ética, valores e cidadania na escola" (EVC - USP/Univesp). Inseri algumas de minhas experiências como Professor, sobre o tema aqui abordado, para contribuir no debate.

A cidade pode se tornar educadora quando seus espaços são utilizados para fins pedagógicos. A prática mais comum nesta esfera consiste em visitas a espaços urbanos e/ou instituições culturais. Ademais, as novas tecnologias trazem o recurso de visitas virtuais, que podem servir tanto como complemento do projeto quanto como alternativa no caso da impossibilidade de uma visita física.
Visita feita com meus alunos do 8º ano ao Forte de
São João, em Bertioga / SP (maio de 2012).
Entretanto, as visitas precisam ser antecedidas de preparo dos alunos, com aulas sobre os conteúdos ainda na escola. Assim, durante a visita, o aluno irá se informar melhor e deixar fruir o conhecimento, promovendo também a interação entre os pares. Mesmo depois da visita, é importante retomar conteúdos e propor tarefas de assimilação, com trabalhos práticos e reflexivos orientados às aprendizagens que se quer consolidar.
No planejamento de um projeto visando o espaço urbano, o Professor deve considerar o material de pesquisa levantado e as ações que pode desenvolver. Os conteúdos precisam ser adequados ao grupo de alunos e seus interesses, bem como o envolvimento com a aprendizagem que o projeto despertará. O Professor planeja ações e visitas para o aluno conhecer os espaços públicos, nas palavras da Profª Rosa Iavelberg (USP), "com olhos para ver e saberes para interpretar" o traçado urbano, a arquitetura, os monumentos e as obras de arte. O aluno aprende a ver o entorno público, e o frequenta informado sobre seus conteúdos que não são revelados pela simples observação. Dessa forma, desde a Educação infantil pode-se estudar o espaço público com o objetivo de formação cultural.
Outra fonte da cidade educadora é a memória dos moradores e agentes culturais: muitos pais, avós, moradores e parentes são fontes vivas de informações sobre o lugar onde se vive e a história da cidade ou região. Os alunos podem participar da pesquisa trazendo fotos antigas de seus familiares no espaço da cidade de origem, e compará-las, com o apoio do Professor, às paisagens atuais. Ensinar sobre a arte presente nas ruas é valorizar a Arte no cotidiano das pessoas e no espaço público.

Sobre a parceria entre a escola e a instituições culturais, estas reúnem objetos de Arte interessantes às aprendizagens escolares e, como já foi citado, museus e casas de cultura podem ser visitados física e virtualmente (usar as tecnologias da comunicação e da informação envolve os estudantes nas atividades). Os objetos de Arte expressam conteúdos de diversas áreas do conhecimento escolar e favorecem seu ensino de modo vivo e instigante, tanto de Arte universal como das culturas importantes de cada região ou de épocas passadas.
Meus alunos do 9º ano no centro histórico de Santos / SP,
onde fizemos o passeio da linha turístico-histórica do Bonde
e visitamos o Museu do Café (maio de 2012).
Projetos desse tipo podem resultar em inspirações para que os alunos façam suas próprias intervenções no espaço público (mediante autorizações do poder local ou no espaço da escola). As manifestações artísticas dos alunos podem ser compartilhadas pelas famílias e membros da comunidade convidados.

Eduardo Carvalho
Pólo de Praia Grande

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