quarta-feira, 2 de maio de 2012

Culturas juvenis e tecnocultura

Texto baseado nas vídeo-aulas da Profª Mônica Fogaça (FEUSP), para o curso de Especialização "Ética, valores e cidadania na escola" (EVC - USP/Univesp).
 
A Profª Mônica Fogaça, de acordo com seus estudos, afirma que as novas tecnologias permitem a comunicação por diferentes linguagens escolhidas em função das intenções do usuário (tipo de interlocutor e mensagem, tempo e dinheiro disponível). Dessa relação com os aparelhos surgem novas formas de percepção e de linguagem, tais como as imagens, sons, fragmentos e a velocidade. Os jovens aprendem por meio da exploração desses elementos e se apresentam ao público da rede por meio dessas linguagens.
As novas gerações são constituídas por sujeitos que têm sua construção social e discursiva baseada em um complexo diverso de forças contrastantes. Entre essas forças estão: a escolarização, os meios de comunicação de massa, alguns tipos de música e a cultura da droga. Mais ainda, a mídia eletrônica de massa é a instituição principal onde ocorrem os processos de subjetivação desses jovens.
Sobre o conceito da tecnocultura, o sociólogo José Ricardo Carvalheiro aponta que este termo pretende captar um processo em que se considera haver uma co-construção das tecnologias, dos objetos culturais e dos públicos, sob determinadas condições político-culturais. Quando o espaço público é atravessado por uma variedade de tecnologias, torna-se mais complexo, e o conceito de tecnocultura tenta apreender, não o tipo de racionalidade prevalecente em cada um dos meios, mas o modelo cultural em que os cidadãos se co-constroem face ao conjunto de tecnologias.
Inteligencia Artificial, Roberto Weigand
A tecnocultura tem outras linguagens e sensibilidades, como a produzida por sua alta velocidade. Os aparelhos operam muito mais rápidos do que as ações e percepções humanas para ampliar os poderes da comunicação. A alta velocidade de circulação de textos permite a troca de informações em tempo calculado em micro e nanosegundos.
Os jovens são sujeitos com outras formas de pensar e sentir o mundo. Há barreiras cognitivas e de sensibilidade entre eles e os adultos. Entretanto, pode-se considerar que tais barreiras não são intransponíveis desde que se busque entender e acolher suas culturas. Esse diálogo pode ser encontrado na tecnocultura.

Eduardo Carvalho
Pólo de Praia Grande

Referências:
CARVALHEIRO, José Ricardo. Média e cidadania na periferia portuguesa: O caso da Beira Interior. Síntese da tese de mestrado em Sociologia. Universidade de Coimbra, novembro de 2000.


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