Sonia Castellar (USP)
Para pensarmos a cidade, temos que relacioná-la com a escala de análise. Com o auxílio da Geografia e da Cartografia, fazer a diferenciação da organização do território com limites em função de seu tamanho (população, cidades, países, regiões), da escala de significado, que estabelece o nível de interpretação.
A partir daí, pode-se retomar o conceito de Cidade Educadora, ao fazer da cidade um objeto de Educação geográfica, significando superar a superficialidade conceitual e estabelecer uma relação mais eficaz entre o saber formal e o informal. Os alunos descobrem que a cidade é mais do que uma decodificação das informações que ela revela na sua aparência, mas pode-se descobrir a sua estrutura, sua gênese e função.
Para estudar a cidade é importante ter todos os aspectos ao mesmo tempo: território, local de vivência, circulação diária etc. As representações simbólicas do lugar são diferentes em função das práticas e da história de cada indivíduo.
Assim, ao se trabalhar a temática urbana, é necessário conhecer os vários enfoques a serem desenvolvidos individualmente ou de forma mais eficiente e conjunta. O enfoque será morfológico se no estudo a ênfase for a descrição das formas construtivas e visíveis, por exemplo, a classificação dos bairros, os tipos de edificações, a rede de circulação, os tipo de estabelecimentos, a rede social (escolas, hospitais, postos de saúde...). No caso do enfoque histórico, o ensino se organiza a partir dos relatos da biografia da cidade e da vida de seus habitantes, das mudanças e permanências através do tempo. Já o enfoque ambiental é realizado quando a problemática for o meio ambiente, como na análise do meio físico e os impactos das construções.
Este estudo da cidade tem por finalidade conhecer como vivem as pessoas, como funcionam as cidades e as redes de circulação, a qualidade de vida, bem como o auxílio na elaboração do plano diretor e na análise ambiental.
Um aplicativo que pode auxiliar em atividades com temática urbana está no site da Revista Nova Escola, Daqui pra lá, de lá pra cá, um jogo para pensar sobre relações espaciais, no qual os alunos vão colocar em prática conhecimentos geométricos de orientação espacial.
Para tanto, também se faz necessário o conhecimento da Cartografia e dos métodos de leitura de mapas, pois analisá-los é o mesmo que aprendermos a ler um texto criticamente, e então se pode desvendá-lo ideologicamente, suas intenções e opções teórico-metodológicas. Ao se copiar ou produzir sob um conjunto rígido de técnicas, não se aprende a lê-lo. O mapa reproduz um sistema de valores sociais que são culturais e históricos, são como construções culturais de discursos sobre o território: é possível ler a sociedade pelos seus mapas.
Um exemplo de atividades com mapas e sua leitura crítica pode ser encontrada em uma das postagens deste blog, Trabalhando com mapas históricos, no qual é possível verificar a expansão do território brasileiro desde a chegada dos portugueses com as Capitanias Hereditárias, até a atual divisão em Unidades Federativas. Tema recente também a ser trabalhado em sala de aula é o plebiscito ocorrido no estado Pará, como a finalidade de o dividir em mais dois novos: Tapajós e Carajás. Sobre este assunto, é possível verificar no portal UOL um infográfico com a evolução territorial do Brasil e os projetos de lei que tramitam na Câmara dos Deputados, visando a criação de novos estados.
Eduardo Carvalho
Pólo de Praia Grande
Nenhum comentário:
Postar um comentário