quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Substâncias psicoativas, mídia e comportamento

Informações baseadas nas vídeo-aulas do Prof. Li Li Min (Unicamp), para o curso de Especialização "Ética, valores e cidadania na escola" (EVC - USP/Univesp).

A Profª Renata Azevedo (Unicamp) define como psicoativas as substâncias que agem no sistema nervoso central e produzem alterações de percepção, de sentimentos, de sensações e que são percebidas como prazerosas pelas pessoas que a usam.
Do ponto de vista legal, tais substâncias são classificadas como ilícitas e lícitas (mas que também sofrem restrições) e se diferenciam também pelas formas de agir no cérebro e tipos de alterações que produzem: quando são buscadas, as pessoas desejam um tipo de efeito específico, como diminuição da ansiedade, relaxamento, desinibição, alegria e experiências alucinógenas. No caso dos adolescentes, geralmente o padrão de uso é anárquico, por vezes misturando substâncias diferentes, aumentando o potencial dos danos causados.
Cigarro, de Roberto Weigand
 O uso das substâncias psicoativas tem componentes ambientais, sociais, genéticos e neurobiológicos, com consequências individuais e coletivas: problemas de relacionamento, baixo desempenho escolar, dificuldade de manutenção das atividades diárias, conflitos familiares, ocupacionais, acidentes de trânsitos, enfermidades etc.
Nos últimos anos, o consumo dessas substâncias vem aumentando progressivamente, e têm sido experimentadas em idades mais precoces. Na adolescência, a curiosidade por novas experiências necessita de constantes orientações pela família e professores, assim como da coerência dos adultos em relação aos padrões de consumo e conceitos de diversão. Os jovens com quadro de baixa auto-estima, desempenho insatisfatório na escola, má aceitação da própria aparência, socialização negativa, entre outros fatores, apresentam maior vulnerabilidade ao uso de substâncias psicoativas.

No caso da citada socialização, a Profª Lilia Freire de Souza (Unicamp) a explica como o processo através do qual o ser humano interioriza valores, crenças, atitudes e normas de conduta que são próprios de seu grupo social ou sociedade, incorporando-os à personalidade. Pelo seu acesso universal, sem deslocamento e pela sua eficiência, a mídia constitui um importante meio de socialização: retrata modelos de conduta de uma determinada maneira, seleciona informações e conhecimentos, fornece estímulos.
As crianças são facilmente influenciadas pela mídia: aprendem por observação, imitação e pelas suas próprias atitudes. Comportamentos agressivos são aprendidos pela reprodução dos modelos observados e as crianças de faixa etária menor não diferenciam entre fantasia e realidade, tornando-se muito vulneráveis.
O excesso de contato com a mídia pode causar impactos negativos, no que diz respeito ao desenvolvimento psicomotor e da sexualidade, exposição à violência, transtornos alimentares, problemas escolares e má influência no uso de substâncias psicoativas, principalmente no que se refere às propagandas de bebidas alcoólicas de apelo sexual. Além disso, há o efeito da mídia como substitutivo de outras atividades: menos atividade física, menor gasto energético com maior obesidade, diminuição da leitura e da interação com os amigos.
Assim, é também papel da escola privilegiar os conceitos de mídia em seu currículo, buscando a conscientização para o contato saudável com tais meios, de forma a aprimorar a identidade e o senso crítico.

Eduardo Carvalho
Pólo de Praia Grande

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