Informações
retiradas das vídeo-aulas da Profª Paula Fernandes
(Unicamp), para o curso de Especialização "Ética, valores e cidadania na escola"
(EVC - USP/Univesp).
O Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é comportamental e neurobiológico, de causas genéticas e ambientais, que aparece na infância e pode acompanhar a pessoa por toda a vida. É caracterizado pela tríade sintomatológica: desatenção, hiperatividade, impulsividade. Causa prejuízos no desempenho acadêmico e em relacionamentos interpessoais.
No que se refere aos sintomas da desatenção, percebe-se que a criança tem dificuldade de prestar atenção a detalhes, facilmente distraída com estímulos alheios. Por vezes passa a impressão de que não escuta quando falam com ela e não segue instruções. Tem dificuldade de organização, não termina suas terefas, comete erros por descuido e perde coisas importantes. Sobre a hiperatividade, resulta na criança não conseguir envolver-se em atividades silenciosas, estar sempre muito ativa, agitando mãos e pés ou se remexendo na cadeira; apresenta dificuldade de permanecer sentada, corre exageradamente ou fala demais. Já a criança impulsiva dá respostas precipitadas a perguntas não terminadas, tem dificuldade de aguardar sua vez e interrompe ou se intromete em conversas alheias.
Muitas vezes esses comportamentos passam despercebidos pelos pais e, portanto, aqui está mais uma das exigências da sociedade em relação ao papel da escola.
Para o professor não diagnosticar, mas sim perceber o aluno com sintomas de TDAH, estes são mais evidentes quando há alteração nas habilidades linguísticas do aluno, que também pode apresentar falta de noção de espaço e dificuldade de reconhecer e diferenciar símbolos gráficos, bem como não conseguir ficar sentado e prestar atenção. Há que se notar também se existe pouca coordenação motora e tendência em estar sempre em movimento, provocando dificuldade em terminar as tarefas propostas.
Entretanto, o diagnóstico do TDAH deve ser clínico (avaliação com a criança, pais e escola), com posterior tratamento multidisciplinar e específico: medicações, psicoterapia, envolvimento da família e da escola. Nestes casos, as possibilidades de intervenção escolar compõem-se em ajudar a criança, a família e os professores a compreender os sintomas e os prejuízo do TDAH, desfazer rótulos prévios, melhorar a auto estima do aluno, criar um calendário diário de atividades, prestar reconhecimento e elogios, entre outras ações que possam interferir positivamente nessas crianças.
No caso do Autismo, define-se como um transtorno invasivo do desenvolvimento, com prejuízo na interação social, atraso na aquisição da linguagem e comportamentos estereotipados e repetitivos. Pode ser identificado com 2 anos e meio de idade quando se percebe que a criança não fala, resiste aos cuidados paternos e não interage, ou mesmo quando ainda bebês apresentam déficit no comportamento social, evitam contato visual, sem interesse na voz humana e mostram-se indiferentes ao afeto. Outros fatores de identificação são a criança não seguir os pais pela casa e não ter interesse em brincar com seus pares.
Em geral, elas têm interesse por brincadeiras estereotipadas: movimento da roda, cheirar e lamber objetos, bater palmas e movimentar o corpo para frente e para trás, com fascinação por luzes, sons e movimentos, além de incomodarem-se com mudanças na sua rotina diária e ter a inteligência e a linguagem comprometidas.
Essas características podem ajudar a identificar alunos autistas na escola, também pela percepção de ataques de raiva numa mudança de rotina e resistência em aprender novas atividades. Tais crianças necessitam de tratamento individualizado e intervenções conjuntas, como educação especial na escola, aconselhamento de pais, terapia comportamental, treino de habilidades sociais, medicações para melhorar a qualidade de vida e a adaptação.
Eduardo Carvalho
Pólo de Praia Grande
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