quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A potência do trabalho em rede e ações em comunidade

Informações baseadas nas vídeo-aulas da Profª Patrícia Grandino (USP) e do Prof. Edson Azevedo, para o curso de Especialização "Ética, valores e cidadania na escola" (EVC - USP/Univesp).

O conceito de comunidade vem recebendo novas abordagens devido às constantes mudanças e revisão de valores na contemporaneidade: é necessário tornar-se cidadão do mundo globalizado sem perder referências e pertencimento à comunidade de origem. Além disso, nesta realidade também dominada pelo capitalismo, faz-se necessário conciliar a competição que estimula a cooperação que reforça e a solidariedade que une.
A comunidade é uma realidade social que garante a permanência de laços sociais mais estreitos, são locais de afirmação da identidade de sujeitos e grupos, com presença de afetos e sentimentos de pertença e potencial de solidariedade pelo reconhecimento recíproco (família, associações, igreja). Assim, podem ser consideradas espaços privilegiados de garantia e exercício da cidadania.
O trabalho em rede, já abordado em outras postagens deste blog, permite potencializar os recursos da comunidade, fortalecer a implicação dos diferentes atores, problematizar as questões emergentes da comunidade coletivamente e identificar estratégias de enfrentamento compartilhadas.

Uh-Batuk-Erê
Um exemplo de ação em rede numa comunidade é o projeto Uh-Batuk-Erê, apresentado pelo Prof. Edson Azevedo. Realizado numa escola municipal de São Paulo, tem como objetivo estabelecer diálogo entre os diversos saberes e tradições, identificando as etnias que formam o povo brasileiro.
Isso foi possível promovendo a arte como mediadora do multiculturalismo presente na identidade brasileira, orientada pela pedagogia da autonomia, da emoção do saber fazer consciente.
Seguindo os conceitos de Educação comunitária, foram realizadas oficinas, fóruns, trilhas culturais e de observação do entorno, apresentações, entre outras ações que permitem o desenvolvimento do protagonismo, quando os alunos trazem a comunidade para dentro da escola.
O resultado é um diálogo permanente entre o sentimento e ação, num processo contínuo de formação, que aproxima seus componentes. Perceberam-se melhoras na relação como grupo, atuação e envolvimento no espaço escolar, compartilhamento de ações coletivas, encontros comunitários, redução de preconceitos e desigualdades. Resultados concretos e mensuráveis, ressignificando a escola como elemento agregador, envolvendo a comunidade, valorizando o saber popular associado ao sistematizado, construindo a cidadania com emoção e conhecimento, formando e fazendo história.

Eduardo Carvalho
Pólo de Praia Grande


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