Utilizando a vídeo-aula do Prof. José Sérgio Carvalho para o curso de Especialização "Ética, valores e cidadania na escola" (EVC - USP/Univesp), acrescento informações para contribuir no debate.
A simples existência da moral em uma sociedade não significa a presença explícita de uma ética, entendida como filosofia moral, isto é, uma reflexão que discute, problematiza e interpreta os significados dos valores morais
No Ocidente, essa ética ou filosofia moral inicia-se com Sócrates, que perguntava aos atenienses o que eram os valores nos quais acreditavam e que respeitavam ao agir (coragem, justiça, amizade, bem, etc.). Essas perguntas terminavam sempre por revelar que os atenienses respondiam sem ter refletido sobre o que diziam, repetindo apenas o que lhes fora ensinado desde a infância. Ética e moral de uma sociedade referem-se ao seu conjunto de costumes tradicionais e, como tais, são considerados valores e obrigações para a conduta de seus membros. Em Atenas, Sócrates indagava o que eram esses costumes da sociedade, de onde vinham, o que valiam.
Definindo melhor o campo das ações éticas, Aristóteles diz que as ações não são definidas apenas pela virtude e pela obrigação, mas pertencem também à parte da realidade na qual podemos deliberar e tomar decisões: não deliberamos ou decidimos sobre o necessário (eventos e leis da Natureza), pois é independente da ação humana; deliberamos e decidimos sobre tudo o que, para ser e acontecer, depende da vontade e da ação humana.
Assim, à consciência moral de Sócrates, Aristóteles acrescenta a vontade guiada pela razão (vontade racional) como outro elemento fundamental da vida ética. A vontade racional, a deliberação e a escolha dependem de uma virtude presente em todas as outras: a sabedoria prática (ou prudência).
O prudente é aquele que, em todas as situações, é capaz de julgar e avaliar qual a atitude e qual a ação que melhor realizarão a finalidade ética, ou seja, entre as várias escolhas possíveis, qual é a mais adequada para que o sujeito seja virtuoso e realize o que é bom para si e para os outros.
Assim, à consciência moral de Sócrates, Aristóteles acrescenta a vontade guiada pela razão (vontade racional) como outro elemento fundamental da vida ética. A vontade racional, a deliberação e a escolha dependem de uma virtude presente em todas as outras: a sabedoria prática (ou prudência).
O prudente é aquele que, em todas as situações, é capaz de julgar e avaliar qual a atitude e qual a ação que melhor realizarão a finalidade ética, ou seja, entre as várias escolhas possíveis, qual é a mais adequada para que o sujeito seja virtuoso e realize o que é bom para si e para os outros.
Demócrito e Protágoras (ao centro), de Salvator Rosa (1663-64). |
Portanto, desde a era Clássica já existia a noção de que as áreas do conhecimentos propostas pela escola podem trabalhar virtudes e valores éticos, sem a necessidade de se criar novas disciplinas a cada nova exigência da sociedade.
Eduardo Carvalho
Pólo de Praia Grande
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