Esta postagem é baseada na vídeo-aula
ministrada pela Profª Valéria Arantes (USP), para o curso de pós-graduação
semi-presencial "Ética, valores e cidadania na escola" (EVC). Assim como nos outros
textos deste blog, acrescentei mais comentários próprios para contribuir no debate.
Apesar dos temas transversais já propostos pelo MEC, cada cultura ou comunidade tem o direito de selecionar os conteúdos que julgar mais significativos para seu desenvolvimento. Além disso, como já foi discutido na postagem anterior, as formas como são aplicados esses temas nas escolas estão repletas de equívocos, inerentes à novidade e a imensa demanda da sociedade por esses conteúdos não tradicionais.
Apesar dos temas transversais já propostos pelo MEC, cada cultura ou comunidade tem o direito de selecionar os conteúdos que julgar mais significativos para seu desenvolvimento. Além disso, como já foi discutido na postagem anterior, as formas como são aplicados esses temas nas escolas estão repletas de equívocos, inerentes à novidade e a imensa demanda da sociedade por esses conteúdos não tradicionais.
Dentre as diferentes concepções de transversalidade, existe a que considera as disciplinas como eixo vertebrador do currículo, ou seja, os temas devem ser trabalhados "dentro" das "matérias". Isso é feito através de atividades pontuais (por exemplo, trabalhando-se determinado tema por certo período), criando-se novas disciplinas e contratando palestras ou assessorias sobre temas transversais, o que torna o ensino fragmentado, de forma a compartimentalizar a realidade. O oferecimento de projetos ditos "interdisciplinares" sobre temas transversais, sem o devido diálogo entre as disciplinas também torna-se um equívoco; e o conceito de que a transversalidade deve estar incorporada nas próprias disciplinas ou como "currículo oculto" (pontual e oportunista) mantém a prioridade ao ensino tradicional.
É possível também inverter essa primeira concepção e considerar que as temáticas transversais são o eixo vertebrador do currículo. Assim, os conteúdos tradicionais deixam de ser a finalidade da educação e passam a ser concebidos como meio para se trabalhar os temas transversais: as temáticas que objetivam a educação em valores tornam-se o eixo principal para o trabalho com o currículo, o qual corre o risco de direcionar-se novamente às disciplinas.
Até aqui, percebe-se que simplesmente deslocar o foco do currículo tradicional não resolve essa questão sobre a melhor maneira de se trabalhar os temas transversais. Todas essas concepções buscam a inovação, mas ainda estão sujeitas a transformar os temas transversais em novas disciplinas e, dessa forma, tornar-se-ão obsoletas com o passar do tempo.
The virtualian man - Fantasy Art Design |
Eduardo Carvalho
Pólo de Praia Grande
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