As ações práticas em cidadania exigem que se tenha uma noção da perspectiva psicossocial sobre a realidade social, a iniciar por uma concepção construtivista que compreende tal realidade como construída historicamente e que o sujeito humano a produz e também é determinado por ela. Além disso, a aquisição de conhecimentos dá sentido ao mundo e constitui processo dialético entre a atividade simbólica e a atividade prática.
As implicações da perspectiva construcionista na abordagem psicossocial enfatiza as representações sociais do processo saúde-doença em diferentes grupos ou sociedades. São essas representações que orientam as ações de todas as pessoas. É preciso compreendê-las, bem como compreender o sentido pessoal que cada um atribui às experiências, caso se objetive interferir nas ações.
O reconhecimento do sujeito humano ampliado pela compreensão psicológica emocional, e como resultado do entrecruzamento das dimensões histórico-cultural, biológica inter e intrapessoal é uma das contribuições da psicologia para o atendimento em promoção de saúde, assim como o reconhecimento das formas de produção de subjetividades que implicam em crenças e determinam posturas e modos de agir nos sujeitos: a relação entre o saber oficial (científico, médico) e o saber popular precisa ser mediado pela compreensão do sentido construído pelo sujeito (e seu grupo) e pelas representações que subjazem a esse saber.
Dessa forma, todo esse conhecimento teórico permite elaborar as etapas para a elaboração de projetos de atenção direta, partindo do reconhecimento, caracterização e contextualização do campo, passando para o estabelecimento de parcerias com comunidades-alvo e seus representantes. Junto a essas lideranças, levantar de forma conjunta as demandas a serem atendidas, e problematizá-las para definição dos temas dos projetos, tornam mais palpável a aplicação prática de ações que visam a cidadania.
Eduardo Carvalho
Pólo de Praia Grande
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