Informações fornecidas pela Profª Kátia Pupo, em sua vídeo-aula para o curso de pós-graduação semi-presencial "Ética, valores e cidadania na escola" (EVC - USP/Univesp).
O bullying compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder.
Dentre as ações de bullying, podem-se citar humilhações, xingamentos, difamação, constrangimento, menosprezo, intimidação, ameaças, exclusão, perseguições, agressão física, roubo, entre outras formas de violência.
Para tomar atitudes contra essas ações, é necessário ao educador diferenciar as "brincadeiras de mau gosto", pontuais, da prática do bullying, que se define por ações repetidas e intencionais de duração prolongada, sem motivação aparente, em situações de claro desequilíbrio de poder, onde a vítima está na impossibilidade de defesa.
Essas vítimas geralmente apresentam-se com pouca habilidade de socialização, dificuldade de reagir às agressões e com características físicas, comportamento, condição sócio-econômica ou orientação sexual diferente do que os outros alunos consideram aceitável; há também vítimas decorrentes de seus comportamentos hiperativos e impulsivos. Muitas vítimas tornam-se agressores e não pedem ajuda por medo de retaliações ou por não quererem decepcionar os pais.
As pesquisas apontam que os agressores são de ambos os sexos e que geralmente apontam comportamento de desrespeito às normas e dificuldade de lidar com frustração. Mantêm posição de liderança negativa e até mesmo cometem pequenos delitos. Seu desempenho escolar é, na maioria das vezes, regular ou insuficiente; são desafiadores e agressivos, com dificuldade em lidar com figuras de autoridade. Em seus valores há a ausência de culpa e mentem constantemente.
Os agressores também são incentivados pelos espectadores, que apresentam omissão diante de cenas de violência física ou moral de forma passiva - pois têm medo de se tornarem vítimas também - ou ativa, fornecendo apoio moral aos agressores. Essas omissões alimentam a impunidade e contribuem para o crescimento do bullying.
Da mesma forma é caracterizado o Cyberbullying ou bullying virtual, com a diferença do uso dos recursos da internet, tornando seu efeito multiplicador e duradouro. Essa modalidade de violência atrai também pela possibilidade de anonimato, que gera impunidade. Os adolescentes compreendem a faixa etária que mais faz uso do cyberbullying, mesmo que este seja passível de ação penal.
As consequências para o indivíduo vítima de bullying definem-se pela tendência ao isolamento, dificuldade de participar de discussões em sala de aula, queda de rendimento escolar, fobia escolar, mudanças de humor, insônia, sintomas de dor de cabeça e de estômago, irritação, ansiedade e tristeza; maior propensão a desenvolver transtornos afetivos, depressão, anorexia, bulimia, síndrome do pânico, suicídio e homicídio.
Fonte: Projeto Bullying |
Diante dessa situação, a escola tem o papel de buscar possíveis intervenções antibullying, com a conscientização, sensibilização da comunidade, criando um ambiente de confiança, solidário e ético, com apoio e proteção às vítimas, além de estabelecer regras e limites claros e, ao flagrar o bullying, aplicar sanções que não permitam gerar o sentimento de impunidade.
Eduardo Carvalho
Pólo de Praia Grande
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